terça-feira, agosto 19, 2008

24 de Agosto


24 de Agosto | 22h


As Pequenas Cerimónias> Fiar – Centro de Artes de Palmela


Espectáculo para maiores 12 anos – Duração aproximada: 60minutos.

Largo do Sapalinho

Bilhetes: 7€

Descontos: 5€ (desconto para estudantes, menores de 25, maiores de 65 e aderentes PIN Cultura)

A trágica saga duma noite de café curto e com cheirinho. Servida pelos próprios e suas marionetas. O melhor menu de sempre até hoje nesta casa. Sopa, prato, pão, vinho, café, sobremesa e apetitoso bailado. (serviço à mesa incluído no menu). Sentados à mesa, dois moços repousam, entreolhando-se no vazio de uma pausa para a sesta. Ouve-se o rádio e o Capitão dorme. Clientes que entram, outros que saem. Vêm pela refeição do costume ou simplesmente por um copo de bagaço.
Por vezes pode-se observar de perto o cozinheiro, um senhor afrancesado cuja vida inscreve-se num armário que abre portas a um universo de facas e cutelos, tesouras e outras ferramentas de utilidade duvidosa. Mas é mestre na ilusão da cutelaria, transformando as suas pommes de terre em extravagantes e deliciosos gourmets. Outras vezes aparece o patrão, um galo em sotaque alemão, elemento de vertigem na sua apressada rotina de barafustar. Vemos uma mesa, dois bancos e um armário. Desenham este pequeno mundo, onde clientes, trabalhadores e patrão (e ainda um par de bailarinas acrobatas, qual delícia do nosso velho Capitão) partilham este prazer de estar à mesa. Os dois russos saem cantarolando, depois de conhecerem as maravilhas de um vodka chamado bagaço. O Capitão sai sem pagar, horrorizado com o último prato-esqueleto que lhe é servido. As bailarinas não se sabe muito bem: se terão ido dar uma perninha a um outro restaurante do bairro, ou se permaneceram escondidas nos sonhos doCapitão. O galo-patrão termina assado no forno da cozinha, enquanto o cozinheiro canta, dando vivas ao seu fatal golpe de vingança. E os moços lá ficam. À espera dos próximos clientes, do próximo dia, de alguém que apareça. Estão lá para isso mesmo, servir, dar do seu tempo a quem também o tenha para partilhar. Sempre calmos, doces. Sempre prontos a dar um pouco das suas pequenas cerimónias.
Espectáculo pensado para ter uma relação de proximidade com o público (pequenos auditórios, cafés-teatro, e outros), proporcionando a escuta da respiração do actor. A respiração da marioneta, dos seus membros, articulações, e da relação marioneta/manipulação/manipulador. Elogio ao mecanismo e sua desmistificação.
Criação e interpretação João Calixto e Tiago Viegas; Projecto, Cenografia e Bonecos João Calixto; Encenação Pedro Santiago Cal; Produção Dolores Matos – FIAR Centro de Artes de Rua; Ass. Produção João Chico; Fotografia e Vídeo Frederico Lobo; Grafismo Pedro Sá Machado; Apoio Companhia de Dança de Lisboa; Agradecimentos; Nuno Tomaz, Mathieu Matik e Conceição Ferreira, Sérgio Milhano, Chapitô, Paté Filmes e Teatro o Bando.

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